Resenha: As Crônicas de Nárnia



E aí meu povo, hoje nós vamos falar sobre o Aslan...

Sim, sim infiel mouro e sarraceno, O Aslan. Se você acompanha meus posts á algum tempo, pode reparar que algumas vezes quando vou me despedir eu sempre digo, "Até a próxima, se Aslan quiser".


O Rei Leão e também é da Disney...


Pois esse dia chegou.

Antes que eu me esqueça, esse post é um post especial e provavelmente de um tipo raro.

Eu estava meio sem criatividade para algum tema para o post novo, quando uma leitora - sim elas existem - me sugeriu escrever um post sobre Nárnia. Eu me perguntei como diabos eu deixei As Crônicas de Nárnia passar até hoje.

Que eu me lembre, quando o Blog ainda estava no Wordpress, eu escrevi uma resenha sobre "Aquela Força Medonha" - Na época não tinha sido publicado no Brasil, depois foi publicado como "Uma Força Medonha" - Outro livro muito famoso do C.S.Lewis, mas do Rei do Camarote de Nárnia nunca dei uma linha, a não ser nesta citação de despedida aí...

Acontece que eu tenho um carinho muitíssimo especial pelas Crônicas de Nárnia. Então, atendendo a pedidos, Senhoras e Senhores: As Crônicas de Nárnia. 

Solta o som aí e vamos começar!








Antes de começar, começaaar mesmo, só uma curiosidade inútil: Você morre uma vez, a Alanis Morissette...

Segura essa manopla da zuera então...

Mentira, o que eu ia dizer da Morissette é que ela fez a música final do Dogma do Kevin Smith - Que já citei como um dos meus filmes favoritos - Fez Deus no mesmo filme e fez a música final das Crônicas de Nárnia que é um filme cristão.

Antes de você vir com mimimi pra meu lado por causa disto e do post anterior. Algumas considerações:

Minha arma nova anti-hater

As Crônicas, são consideradas, junto com O Senhor dos Anéis - Que também é cristão - Como duas das maiores obras de fantasia já feitas pela humanidade. C.S.Lewis - Escritor do livro - era ateu convicto e Professor tanto na Universidade de Oxford como na Universidade de Cambridge. Se converteu com o tempo ao Cristianismo Anglicano, muito pela influencia de Tolkien e G.K. Chesterton, dois dos maiores escritores da modernidade e contemporâneos dele. 

Praticamente tudo o que você conhece hoje sobre fantasia medieval: de Harry Potter, até Conan e Game of Thrones. Foi escrito graças á obra desses caras aí. Neil Gaiman, que escreveu o Sandman e um dos episódios mais fodas de Doctor Who, considera As Crônicas de Nárnia como sua série de livros favoritas, No quadrinho, Os Livros da Magia, você percebe a influência de Lewis na obra de Gaiman, Livros da Magia influenciou até mesmo ela, a Maga monstra J.K. Howling.

Então, As Cronicas de Nárnia e O Senhor dos Anéis, são praticamente os Beatles dos livros de fantasia e ficção. São considerados também, a série de livros mais lidos no mundo, tendo vendido mais de 120 milhões de cópias mundialmente, em 41 idiomas. São praticamente a madeira onde tudo foi construído em cima, foi a fundação basicamente.

Agora, eu entendo você hater:

"O cristianismo é absurdo, pra que eu vou ler algo que um cristão escreveu? Cristão é tudo burro, manipulado pela mídia, pelo Pastô... Não vou perder meu tempo lendo qualquer coisa que um cristão tenha escrito... Prefiro ler Game of Thrones, que todo mundo lê, que tem a série foda, que só tem putaria e massacre, que é disso que eu gosto... "

É né... Tô ligado... Você simplesmente ignora uma obra de enorme magnitude cultural, por que foi escrita e tem uma temática cristã? Ignora tudo o que veio antes e prefere a massificação da cultura de massa... Hum, bom...

Então não lê, foda-se...





Bom, voltando, As Crônicas de Nárnia já foi adaptado para um monte de mídias... Radio Série de TV e recentemente cinema. E claro, foi um dos principais motivos de tanta expansão.

Teve um desenhinho também - esse eu nuca vi:




A série de TV, é daquele jeito... Ruim não é, mas boooooa, boooa também...

Quer dizer, não é uma porcariiiiia não. Em níveis de roteiro é perfeita, é como se você estivesse lendo os livros. Os diálogos, a história em si, teve pouca ou nenhuma alteração, Agora o problema é o seguinte:









Porra, anos 80 né...

Eu assisti essa série que, por sorte, tinha pra alugar perto de casa. Eu tenho um amigo que jura que já viu isso na cultura, se teve eu não lembro. Mas o fato é que a produção era bem mequetrefe mesmo. Mas pasmem, ganhou quatorze prêmios, incluindo um Emmy na categoria de Melhor Programa Infantil.

Também... BBC...

Aliás, só uma observação, a Cultura é nossa BBC, cês já assistiram Que Monstro te Mordeu? Isso sem falar no Castelo Rá-Tim-Bum. Mano, a Cultura só passa coisa foda!

Anyway,,, Tem pra alugar e provavelmente pra baixar também. Então faz um esforço, fecha o XVideos e vai procurar coisa útil na vida, vale a pena a série.

Aliás, a série lembra muito as produções do Chaves e Chapolin, por que que claro, é o recurso técnico que havia na época, mesmo o figurino e os cenários, bem como as câmeras usadas. Eu gosto, mas acho que não é pra todos os gostos não, por isso aliás que a Disney já abiscoitou a ideia e fez o filme.

O filme já é um caso mais complicado...

Eu particularmente gostei dos três filmes, mas acontece o seguinte, o primeiro tem a ver, as continuações se perderam complementarmente...

Sério, nada, nada, nada a ver mano. Tipo, pra você curtir os outros filmes que vieram depois - O Principe Caspian e A Viagem do Peregrino da Alvorada - Das duas uma: Ou você separa totalmente o filme do livro, ou você leu e já nem lembra mais dos detalhes.

Agora se você acabou de ler e vai assistir os filmes, fatalmente você vai achar uma bela porcaria.

Que foi o que eu fiz quando assisti os dois. Fui todo meninão assistir e sai falando mal até da quinta geração dos diretores e tal.

O que foi uma babaquice minha, por que depois eu assisti, depois de um bom tempo sem ler o livro, e achei muito bom mesmo, já nem entendia mais por que eu não tinha curtido os filmes...

Pra você ver que as críticas de alguns filmes que faço as vezes, são menos confiáveis do que esse rolê aqui ó:

E olha que hoje eu tô maneirando...

Pouquíssimo confiável deveras...

Mas fazer o que, é uma questão de "momento emocional" talvez, normalmente eu sou muito constante com meus gostos, mas algumas vezes eles acabam caindo nesses tipos de variáveis... Assim como os filmes de Nárnia. No geral, o que eu penso das sequencias é isso: são bons filmes, mas não tem nada a ver com o livro...

Lembro que o primeiro filme eu fui assistir com minha família no cinema e cheguei bem depois de já ter começado, eu fiquei muuuito puto por que tinha perdido o começo, quase dei pití pra ir embora, mas já tava lá, fui assistir...

Não tinha visto um puto de um trailer se quer, acho que vi um na verdade, mas nem sabia sobre o que era o filme, fui meio na ideia de que era uma "versão mais Dollynho" de O Senhor dos Anéis.

Mas como vocês estão Luthor de saber, quase toda vez que eu acho que o filme vai ser uma porcaria, acaba que ele se torna um dos melhores filmes da minha tenra vida... Quando o filme acabou, eu já estava me derretendo em lágrimas no cinema.





As Crônicas de Nárnia, o Livro, é basicamente uma metáfora da Bíblia, melhor, seriam as histórias da Bíblia acontecendo em algum lugar, que não o nosso mundo humano, por azar (dos Narnianos), os humanos caem em Nárnia. E como bem se sabe, os humanos tem a famosa mão sexy, ou seja, fodem tudo o que põe a mão...

Bom, daí pra frente acontecem as histórias.

A crônica O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa, se não me engano, é o segundo livro. Cada Crônica foi publicada em um livro independente e fora de ordem, vindo posteriormente a se transformar em um livro só e na ordem cronológica que conhecemos hoje. E foi publicado em 1950.

No conjunto geral, os livros formam a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse (O Sobrinho do Mago até A Última Batalha).

O Leão, como você já deve ter percebido á esta altura do campeonato brasileiro, é sobre o Novo Testamento, mais precisamente a Paixão de Cristo narrada nos quatro Evangelhos Canônicos.

A referência é clara ao tratar se de um Leão, além da referência clara ao Leão da Tribo de Judá, É conhecido também como O Rei dos animais. 

Mas as referências são muitas, tanto ao longo do livro quanto do filme.

Um equivalente a isso, é quando assistimos á algum filme de herói e sacamos os Easter Eggs, só que em uma versão nerd biblica...

Bom, com certeza, você deve achar que eu estou forçando já, mas me responda então: Quem são os castores? A Fênix na batalha? Quem é a Raposa? O que é a casa da feiticeira? Quem é o Centauro que anda com Pedro? Quem são as crianças?

Há inocente... Sacar que a feiticeira branca é o capiroto e O Leão é Jesus é fácil né...

Pois bem, no meio de MUITAS referências nérdicas cristãs que esse filme/livro tem, vou só falar dessas, as demais, só lendo a bíblia mesmo... E não enche o saco não, não quer ler a Bíblia problema é seu.

Então vamos ao gabarito: os Castores são o casal Simeão e Ana, A Fênix é o Espírito Santo no Pentecostes, a Casa da Feiticeira é a Mansão dos Mortos (não confundir com o inferno), O Centauro é Paulo Apóstolo, as crianças são mais complicadas, mas o Edmundo é uma metáfora do povo pecador que é salvo pelo sacrifício de Jesus.

Complicado? Você não imagina as analogias do Senhor dos Anéis...

A Raposa, meu personagem favorito do filme.

E mano, tem muita, mas muita referência na obra do Lewis. No livro todo. Até de política ele trata, mas claro de um jeito muito superficial, por que de qualquer modo, o livro ainda se pretende infantil...

Mas o mais importante na Obra do Lewis, é que ele não trata o leitor como criança. No sentido de ser um leitor ignorante, mas trata com amizade. A obra dele é grandiosa por que ele, principalmente, sabe respeitar o leitor, coisa que não acontece com a maioria dos escritores modernos atuais... Até por que, quando o Lewis escreve, ele faz por que ele realmente queria transmitir uma ideia, por que ele acredita em algo de coração e não é ganhar dinheiro. Ele não era, em suma, um vendido...

*caham*

Agora, teve uma coisa que acabou não acontecendo no filme que eu queria ver...
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Anna Popplewell


Georgie Henley





Ai meu bom Aslan...

Eu disse queria, por que você tá ligado que no filme elas são criancinhas... Uma pena, uma pena... Mas óia como essas minas cresceram!


Que absurdo...

Enfim.

Como eu disse no começo do post, assim como quadrinhos, séries como Doctor Who e Game of  Thrones, As Crônicas de Nárnia foi um lugar onde eu passei muito tempo da vida...




Eu amo Nárnia, e se um dia Aslan me permitir, eu voltarei para lá... Acho que é isso, essa característica principal da obra de Lewis, a possibilidade de sonhar, de viajar por um mundo novo e desconhecido. Isso é claro, para mim tem o potencial de ser uma obra cristã, portanto, dotada de muita espiritualidade e claro, de amor.



Tem uma passagem que eu amo de paixão, se você me conhecesse pessoalmente, você já ia saber qual é, por que eu cito ela a torto e a direito...

Bom, no final do livro tem uma parte em que o Aslan se encontra com um garoto, Emeth. Acontece muita coisa até essa parte, Emeth é um calormano, uma espécie cultural de muçulmano, só que ao invés de cultuarem uma outra forma do mesmo Deus, eles cultuavam o diabo mesmo (o Tashlan). No entanto, ele sempre fez o bem e tudo o mais. No fim do mundo, ele se encontra com o Aslan em Nárnia.

Ele se ajoelha diante de Aslan e pergunta o que é que estava fazendo no paraíso, sendo que deveria estar queimando no inferno por ter seguido o Tashlan... O Aslan, da um perdido nele e manda ele passear e procurar os meninos.

Bom, Isso aí, ele está contando pros jovens do primeiro filme. Em um puta diálogo que não vou contar pra não estragar quando você ler.

Daí ele diz a coisa que mais me marcou no livro todo...

"E ainda que eu não passasse de um cão, ele ainda me chamava de meu filho"

Se eu chorei?

Claro...

E o livro inteiro é cheio dessas marotices... Se você for cristão, certamente vai ter umas fisgadas oculares em algumas partes, O Cavalo e seu Menino é outro que tem uma dessas também. Os filmes não fizeram isso com sucesso, O Peregrino da Alvorada tem uma parte assim também, com o menino dragão, mas nem chega perto da narrativa do livro, que claro tem muito mais potencial imaginativo e imersivo. Por isso que recomendo os filmes, mas sobretudo, recomendo o livro que como você deve imaginar, é melhor que o filme.

***

Então é isso senhoras e senhores. Eu podia ficar até amanhã escrevendo, tipo sobre o Professor Xavier e o Tyrion aparecem nas Crônicas, ou a parte esquisita reacionária do Lewis, mas esse post tá maior que minha lista de pensamentos pecaminosos, então fico por aqui. Um dia, quem sabe, eu faça outro post sobre. Então já sabe né, compartilha aí no face se curtiu e até a próxima se...

Há! Abração minha gente.


Comentários

  1. Aeeeeeeeeeeeeee sabia que tu ia arrebentar e falar pra cacete HSAUSHUA ! ficou muito bom mesmo , adorei ler *-*

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    1. Aehuaehauehauehaeuheaeuae e olha que eu ia falar mais ainda, mas como já tava passando dos limites então parei... Valeu camila! Abraço!

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  2. Você sabe que as coisas tão diferentes qdo lê "Tem uma passagem que eu amo de paixão, se você me conhecesse PESSOALMENTE, você já ia saber qual é, por que eu cito ela a torto e a direito..."

    Sucesso seu texto, mas não vou ler a Bíblia, mas provavelmente crie vergonha na cara e leia As Crônicas...

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    1. EHAUEHAUEHAUEHAUEUEHAUEAEH Mano, tou rindo muito desse comentário.... Então, tem que ver isso aí do pessoalmente, é que tem tanto tempo que agente não se vê, que acaba que você mesmo não ouviu eu citar essa marmota... (e eu cito muito mesmo). Como tô careca de saber que você não ia ler a Bíblia mesmo, não me chocou :p, mas As Crônicas tem que ler que é sensacional! Leia pra ontem! No mais é isso...

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