Heróis Imortais - Obrigado David Bowie!



É meus caros, é com muito pesar que venho aqui hoje lhes falar sobre o falecimento de David Bowie.

Eu não sei como falar isso... Eu não sou um grande entendedor musical, nunca fui á um show dele, nunca paguei milhões pra ir á um show seu em outro país, mas vou contar um pouco sobre como David Bowie influenciou minha vida, e de quebra, deixo umas dicas legais pra vocês.

Quando eu escrevi sobre Freddie Mecury, (ainda no WordPress, onde estão meus textos mais babacas e que por vários fatores, eu não tenho mais controle sobre eles. Para ler clique aqui) eu o citei por cima, na promessa de que um dia eu faria um texto sobre ele. 

Pois veja, que dia 8 de Janeiro agora, foi aniversário dele (e se não me engano, do Élvis também) e ele lançou o seu último álbum: Black Star, e coincidência ou não, a música principal se chama Lazarus e se você não é manjador de Bíblia, ele faz referência á Lázaro, que é o amigo de Jesus que volta do além...

Bom, pois é, e o Bowie morreu dois dias depois do aniversário. 

Sendo bem sincero, já há muito tempo eu não curto mais as obras do Bowie, pra mim, a partir do Heathen, teve uma caída muito grande na sua obra. Não é bem uma caída, mas ficou mais tedioso, sei lá, não sentia mais "aquela emoção" de antigamente.

Mas, seja como for, o Bowie influenciou absolutamente toda a minha base cultural. Você pode pensar que é um exagero, mas por muitos anos, a sua música e o seu estilo, foram parâmetro de base de comparação pra tudo o que eu gostava ou me vestia. De certo modo, mesmo na forma como eu agia.

Então, solta o som aí na minha música favorita de todas as que ele fez e vamos começar!

 



É meio óbvio o por quê desta música, mas decidi começar por aqui.

Se minha mãe me ensinou a gostar de Queen e Freddie Mercury, meu pai me influenciou para David Bowie.

Meus pais eram sujeitos interessantes na juventude (e na idade adulta também). Quando estavam namorando foram assistir Eu, Christiane F. - 13 Anos, Drogada e Prostituída no cinema, e nesse filme aí estava o Bowie nessa cena aí que coloquei.

Bom, meu pai levou minha mãe pra assistir, por que era fã do Bowie aí. Afinal, eram os anos 80 e pra começar, devo dizer que o Bowie influenciou primeiro meu pai.

Quando eu nasci, em 88, o Bowie estava na fase Soul com Let's Dance, já tinha passado a fase Punk, com Iggy Pop dos Stooges e Lou Reed do Velvet Underground que se tornaram algumas das minhas bandas favoritas e que conheci através do Bowie, a fase Alemã com a trilogia de Berlim com Heroes, Low e Lodger (que aliás, é a minha fase favorita dele)






Mesmo assim, eu nunca tinha visto o Bowie, no início dos anos 90, ainda se usava muito a saudosa fita K7 que hoje em dia é coisa de Hipster, mas eu ainda peguei a onda do "analógico>digital". E a primeira música que ouvi dele, foi justamente Let's Dance.

Eu me lembro que estávamos assistindo televisão, no SBT e começou uma chamada para um filme desses que passa de noite e tal, o filme tinha Let's Dance na propaganda e eu fiquei impressionado com a música. Meu pai começou a cantar junto e eu perguntei quem era, e era o Bowie.

Aquela música ficou na minha cabeça, eu precisava ouvir aquilo de novo. Mas se você vive no início dos anos 90 e na periferia, você nem sabe o que é internet. E aí?

Então, fui assistir o filme. E era Gia, Fama e Destruição.





Esse filme, posso dizer sem a menor sombra de dúvida, é um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Tem uma das trilhas mais perfeitas que já ouvi, que além do Bowie, tem Echo and the Bunnymen com a perfeita The Killing Moon, e Billy Idol com Dancing With Myselfque eu ouvi tanto nos meus tempos de jovem babaca que todo mundo tem...

E um dia, num natal que nem me lembro mais o ano, minha mãe deu um CD pro meu pai chamado Music Of The Millennium.



Esse CD eu já abiscoitei, por sinal. Ele foi feito segundo uma pesquisa com pessoas ~around the world~ pra saber quais foram as músicas mais fodas do milênio, e foi separado por décadas se não me engano, não me lembro mais, o que importa é que tinha um encarte e nele tinha uma foto do David Bowie (que é a foto que abre o post), essa foto mudou minha vida. 

Eu olhei aquilo, sei lá, com uns 12 anos e pensei: "Cara, eu quero ser assim, é desse jeito que eu quero ser quando eu for adulto". 

Hoje em dia com o politicamente correto, provavelmente eu não teria tido o mesmo contato que tive com o Bowie, pra começar, na foto ele está fumando...

Depois disso, eu ganhei da minha mãe o CD Great Test Hits II do Queen. 

Adivinha Qual é a música dois?





Depois disso, eu e meu pai tínhamos uma relação que alguns pais tem com os filhos em relação ao futebol. Nós íamos na Galeria do Rock só pra fazer merda nenhuma, caroçar e se pá comprar botons. Numa dessas aí, agente foi numa loja lá que o cara, muito solícito, desceu uma série de CDs especiais gringos do Bowie.

Cara, hoje em dia você pode baixar música fácil fácil, brincando, você consegue a discografia completa do Bowie, mas não era assim. CD era uma coisa foda antigamente, CD especial era luxo. Digo, caixa de ferro, de papel, encarte foda etc...

Um desses que o cara desceu, era esse aqui:




Adivinha...

É...

Pois é, eu acho que só comecei a trabalhar pra comprar esse CD...........

Cara, mais uma vez, eu era um adolescentezinho nerd, nos anos 90, sem internet. Quando eu vi esse CD eu pirei... O cara parecia uma assombração, uma figura imponente, era a minha visão sobre o rock e era mágico. Era a confirmação do que eu tinha visto no Music Of The Millennium...

Mas não parava por aí. Uma vez eu disse que meu pai me levava muito em bibliotecas. Na periferia tem muitas bibliotecas interessantes, apesar do que se fala. Muito por causa dos CEUS da Marta Suplicy, bom, que seja... Tinha lá as bibliotecas, que agente ia quase toda semana depois da escola, quando ele estava de folga e além de livros, você poderia alugar o quê? Sim, filisteu, isso mesmo, CDs.








Sim, sabe Jesus Cristo lá o por que eu tive acesso á tudo isso...
Bom, depois de um tempo, já trabalhando, eu achei a discografia completa dele, numa barraquinha de CDs, que sabe lá como também, eu tinha o dinheiro certinho pra comprar.
Isso, por que eu não tinha internet até pouco tempo. Eu ia em Lan House ouvir alguma coisa ás vezes quando estava com vontade, diferente dos caras do bairro que ia jogar CS. Mas isso não quer dizer em absoluto que eu era melhor, eu mesmo joguei muito por aí, só pra ilustrar que eu tinha um trabalho filho da mãe pra conseguir ouvir as coisas raras do cara. Tipo, as que não tocam no rádio. Uma delas é essa aqui:





Aliás, agora enquanto escrevo, me dá uma certa nostalgia, por que estou ouvindo ela no YouTube agora, como fazia quando era adolescente...

Isso me faz lembrar de duas coisas: A primeira é que o Bowie fez um monte de filmes também, tipo Fome de Viver, A Última Tentação de Cristo, O Homem que caiu na Terra... A segunda é que o primeiro filme que vi com ele, não foi o Christiane F. que só assisti com um trampo filho da mãe, por que não achava pra comprar, foi o Labirinto...





Esse filme gardenal, viajem de LSD é muito louco, se não viu ainda, procure. Aliás, acho que vou ver ele hoje. Mas me lembrei disso, por que eu vi em VHS, mas a fita estava mofada e quebrou umas vinte e cinco peças diferentes (naquela época, agente ainda mandava consertar coisas), é sério.

Também, o videocassete não aguentou tanta doidera... No ano passado meu pai me deu o DVD do Labirinto de natal, mas ainda tô meio assim de usar no aparelho... Vai que...

Ele aparece em uma cacetada de trilha sonora por aí, tipo o Bastardos Inglórios do Tarantino e claro, a trilha sonora inteira da Christiane F.

Tem uma hora que ele aparece no Zoolander (vai sair o dois, esse ano se não me engano), que é um filme que adoro também... Aliás, quando ele aparece é muito foda por que tem tudo a ver com o contexto de moda e você não esperava por isso... Gia, Fama e Destruição, também é sobre moda. E por causa de uns lances assim, eu quase fui pra moda também, mas ora vejam, caí na sociologia...












Eu quase pulei do sofá de tanta sacação de referência...

O Bowie teve várias "personas" por assim dizer, e você aí citando Fernando Pessoa no Facebook, ele é tipo um Time Lord que foi mudando de aparência e personalidade de tempos em tempos, aliás, como a internet não perdoa, segura essa:





Bem isso... E tá faltando transformação aí em cima...

Well, lembrando que o David Robert Jones, o cara que tomou uma pirulitada no olho e por isso tem um de cada cor, que já foi do movimento de proteção aos jovens de cabelo longo e tudo mais é inglês minha gente...

Bom, o do olho é variante, tem gente que diz que foi soco... Eu acho que foi pirulito...

Ah, e por falar de pirulito....

Ele era bissexual minha gente. E aliás, já teve caso com o outro mestre da montanha Iggy Pop, e pelo que tá acontecendo, acho que vai rolar um mega show no além, e o Iggy Pode ser o próximo...

Deus me livre...

Enfim, mas já foi o Lemmy Kilmister do Motörhead, o Lou Reed e agora o Bowie...

Porra, mas tava falando que ele era bi... Enfim, pegou o Iggy Pop, o Mick Jagger, a Angela Bowie (essa você pode não saber quem é, mas ela foi a Viúva Negra da Marvel, muuuuito antes da Scarlett Johansson dos Vingadores) E a modelo somali Iman.


Seu PC não está com defeito, ela é negra mesmo.

A sua esquerda, vocês podem ver, três mestres da montanha numa foto só: David Bowie, Iggy Pop e Lou Reed



Quando comecei a namorar, uma das músicas que eu mais viajava e... Opa, que cara é essa aí? Ah, vai dizer que você não ouvia musica apaixonadinho? Bom, foda-se, eu ouvia... E era essa aqui do Labirinto Alpha FM :





Pooooxa como você é... Lúdico... Sim, siim... Toda vez que escuto essa música eu vou longe...

*** 

E por hoje é isso minha gente, dói meu coração escrever que o cara mais monstro do meu mundo cultural se foi. Ainda que ele não estivesse mais tão foda, o Bowie foi o condutor da minha relação com meu pai, foi o inspirador de todo o gênero musical que ouvi dali em diante, foi o responsável pelos gostos e por muitos dos detalhes que me formaram como sou, era o som que ouvia na rua bêbado, ou apaixonado. Sem exagero, posso dizer que ele foi uma espécie de mestre. Sem sombra de dúvidas que é algo que pretendo ter com minha filha, se Deus me permitir.

Vou encerrar minha declaração de amor ao Bowie, com uma frase dele, que claro, foi em outro contexto, mas cabe aqui, e com minha segunda música favorita dele e espero que tenham gostado e até a próxima se Deus quiser.






“Eu não sei para onde vou a partir daqui, mas eu prometo que não vai ser chato.”






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