Atualização Voltaika - A Estrada até Aqui



"Carry on my wayward son/ For there'll be peace when you are done/ Lay your weary head to rest/ Don't you cry no more…"

Há, depois desse plágio descarado, quem entendeu a referencia põe o dedo aqui voltamos após um longo ostracismo.

Minha gente, mais uma vez peço-lhes perdão pelo meu hiato. Mas não gosto de dar textos curtos pra vocês. E não estava com muito conteúdo pra passar. Isso por que não estava assistindo nada novo nem fazendo nada de muito bom, mas agora, acho que já dá pra escrever mais de dez linhas...

Eu escrevo em explosões de criatividade, como vocês devem imaginar, não são muitas... Mas sempre que ocorrem eu me manifesto, então obrigado por ainda acompanharem o blog e vamos lá.


It: A Coisa/ It - Uma Obra-prima do Medo


Vou abrir com este que foi o maior hype que já vi num filme de terror desde Annabelle. E quando eu vejo coisas com muito hype na internet eu já fico com pé atrás.

Vou começar falando de cara que gostei do It novo, no quesito terror/susto ele bate forte no dos anos 90. O remake já começa com o pé na porta mostrando á que veio. Isso por que - de cara - ele já mostra uma cena que no dos anos 90 só foi citada. As cenas de terror são bem tensas mesmo.

Mas meus elogios param por ai. Por que isto é tudo o que o It de 2017 tem a nos oferecer, e a bem da verdade, acho um desserviço criar um remake só pra usar efeitos especiais novos.

Explico.

Eu tenho uma prima que me disse uma coisa uma vez que nunca esqueci sobre o Stephen King: O Stephen King não escreve só terror, ele escreve sobre relações humanas. Depois de perceber isso. Toda a Obra do SK ganhou um novo eixo pra mim. O It de 1990 era mais do que uma história de terror. Era uma história sobre amizade, coragem e superação de medos comuns da adolescência. Tudo com pano de fundo do palhaço - que por sinal fora inspirado num caso real, o John Wayne Gacy, assassino serial de crianças.

Muito bem, mas você que assistiu o It novo deve estar se perguntando: Ora cralhas! Como assim? Eu assisti o It e vi tudo isso lá. Esse fulano tá maluco?

Não senhor... Não viu. Olha direito antes de falar merda.

Eu poderia ficar um tempão explicando por A mais B o por que aqui. Mas tenho muito o que escrever ainda, então vou resumir. Mas atenção...



Se você assistiu ao filme anterior, percebeu que neste novo os diretores adaptaram o filme todo, sendo que este é somente a parte I. Se você se perguntar o por que disso, deve se lembrar de uma coisa antes.

O Palhaço It aparece a cada 27 anos. Ou seja, 2017-1990=27. O filme It novo é uma metalinguagem, pois o palhaço apareceu 27 anos depois. No filme antigo, 27 anos depois resultava nos anos 90, mas no novo resultará em 2017.

Mas voltando a questão da adaptação total.

Acredito que o diretor argentino Andy Muschietti, preferiu adaptar todo o filme por que na parte II ele vai contar a história do jeito que ele quiser, sem o bedelho do Stephen King. Por que tudo já aconteceu no primeiro filme. Ai está o truque. Ele pode até inserir algumas coisas do primeiro filme, mas o grosso mesmo vai ser por conta dele. É como a Disney com os quadrinhos da Marvel em relação ao Stan Lee.

E acredito também que a nova história não vai trazer uma mensagem de superação, coragem e amizade que transpõe anos. Pra mim, a mensagem que vai substituir é a aceitação das diferenças, liberdade de ser quem quiser e empoderamento feminino, com uma pitadinha de fora Trump.

Guarde este post para analise futura.

Neste filme novo a mensagem é clara, basta comparar a atitude dos personagens no primeiro e neste novo. Preste atenção aos detalhes. Quem é o pai no primeiro e quem é no novo? O que ele queria nos anos 90 e o que o diretor decidiu - Não se esqueça - que ele quer em 2017? Como os garotos se comportam nos dois? Quem é o herói/heroína nos dois? Por que mudou? Como é a trilha sonora de um e de outro? Quais são as cenas emocionantes no dos anos 90 e no de 2017? Como era a menina nos anos 90 e em 2017? Qual a idade e aparência dela? Quais seus problemas?

Adaptação aos novos tempos? Ao novo público? E o que eu acho disso?

Se eu escrever posso ter meu blog cancelado, mas preste atenção aos detalhes...

Aliás, tem um It que é mais assustador que o dos anos 90 e o de 2017. Vou deixar o link aqui. Assista antes que o YouTube cancele também...

Sob a Sombra (2016)



Filmaço.

Esse filme anglo-jordaniano-qatariano cacete do ano passado, eu assisti esse ano por que a procrastinação foi mais forte.

É um dos dez melhores filmes de terror que saíram nos últimos tempos na minha opinião. Ainda vou fazer uma lista com os dez mais 2016/2017, mas ainda não.

Nesse ai, uma mãe e uma filha ficam isoladas em uma cidade onde está acontecendo um bombardeio no Teerã. Mas se isso por si só não fosse uma merda, a casa ainda é assombrada por Djins.

Mas que diabos são Djins? Não são djabos... São DJINS.

Essas criaturas são o que nós ocidentais chamamos porcamente de gênios, esses mesmos. Só que como o filme é do lado de lá, o diretor Babak Anvari, pode dizer com mais propriedade do que está falando.

É como se os EUA decidissem fazer um filme de terror com Saci por exemplo.

Aliás, já existe um filme de terror com Djins nos EUA, trata-se do FODÁSTICO O Mestre dos Desejos. De 1997.

Old But Gold

Mas não tem nada a ver o cu com as calças. Esse Sob a Sombra é outra pegada, muito mais tenso e sugestivo. Mas garanto que o susto é garantido.

O Hellblazer da DC Renascimento - Que saiu nas bancas brasileiras esse mês - tem como vilão principal do primeiro arco os Djins também.


Eu já li e recomendo, foda demais as histórias. A DC tá de parabéns por voltar as origens do anti-herói. As histórias estão perfeitamente escritas, nada do trololó do Constantine americano e politicamente-correto dos Novos 52 e DCU. Excelente.

The Lure - A Atração - Córki Dancingu (2015)



Ah que filme maravilhoso...

É sério, que filmaço meu Deus...

Esse filme é basicamente a história original da Pequena Sereia adaptada para os tempos modernos. É um filme musical de terror polonês dirigido por Agnieszka Smoczyńska e Robert Bolesto que saiu em 2015. Eu estava coçando pra esse filme chegar aqui desde que fiquei sabendo da sua existência. Já estava perdendo as esperanças, mas meu cachorro me deu um link com o Torrent dele.

Quando eu descobri esse filme, descobri por causa da música do filme. Essa aqui:


E como sou bem mocinha, amei a musica. Ficou na minha cabeça por dias e queria saber como raios seria esse filme. Eu - como vocês devem ter percebido - odeio adaptações modernas. Mas o The Lure é simplesmente mágico. Tem que assistir pra entender.


The Void (2017) 



Outro filme que acho que as pessoas não sacaram bem.

Vi umas criticas bem nada a ver nas internet, mas como sempre, eu venho para lhes trazer a iluminação, para que busquem o conhecimento...


Muito bem, sobre o que se trata The Void?

Esse filme indie inglês bem maluco redundância  dirigido por Steven Kostanski, Jeremy Gillespie é uma criação sensacional que faz o espectador cair no vazio que eles propõe, mesmo que metalinguisticamente.

O filme começa bem fraquinho mas vira um pesadelo absurdo ao longo do seu desenvolvimento. Os personagens vão se mostrando numa escala de loucura absurda enquanto eles descem, literalmente, as profundezas da insanidade.

The Void usa a ideia dos demônios de outra dimensão Lovecraftianos. Assim como o Sob a Sombra, não são os demônios da cultura cristã - ou são com outro nome, sei lá - Mas sim criaturas mileniais que estão espreitando a humanidade na esguelha. O primeiro que abordou essa ideia - até onde eu saiba, mas deve ter outro - foi o H.P Lovecraft, com o texto O Cão de Caça. E isso pouca gente sabe, por que todo mundo acha que foi com o O Chamado de Cthulhu onde ele aborda o famoso Necronomicon. O livro que todo mundo acha que existe de verdade... Bom, que seja.

Os livros dele são fodásticos. Inspirados em gente como o gigante Edgar Allan Poe e Robert W. Chambers - este inclusive, acho que tratou de demônios de outra dimensão antes do Lovecraft, mas como não tenho certeza, não afirmo nada.

O The Void é o ÚNICO filme que já vi que faz justiça ao gênero. Seita secreta, muito sangue, muita maluquice e uma trama cabeçuda fazem este ser um clássico que, se vivêssemos em um mundo justo, seria mais famoso que muito filme de terror bosta que aparece no cinema ultimamente.


A Dark Song (2016)


Este pra mim, é o Rei do Camarote.

É simplesmente o melhor filme de terror que assisti em 2017. E assisti bastante terror esse ano... Ocorre que não dá pra colocar tudo o que assisti aqui, se não ia ficar uma semana escrevendo. Mas esse ai é muito, muito bom mesmo.

É um filme indie de novo irlandês dirigido por Liam Gavin, sobre uma mulher que perdeu o filho pra uma seita. Ela quer se vingar fazendo os rituais mais pesados que existe no ocultismo. Pra isso, ela contrata um mago malucão e vão pra uma mansão fazer as paradas.

Esse filme não é pra qualquer um. Se você assistiu A Bruxa [The VVitch] e achou uma bosta, certamente vai achar este uma bosta também. Eu digo que não é pra qualquer um, por que o ritmo dele é bem lento. O diretor descreve os rituais quase em tempo real. demora pra cacete pra acontecer as coisas, mas isso torna o filme quase um documentário. E quando as coisas começam a acontecer, tem mais credibilidade que um susto jogado na sua cara com barulho. É uma linguagem que o povo não tá acostumado por que quer tudo rápido, pronto e mastigado. Reflexo da nossa pobre sociedade de consumo acelerada.

Esse filme você precisa dar uma chance á ele, ou não vai aproveitar o conteúdo.

Eu mudaria algumas coisas do final, tipo a maquiagem de alguns personagens. Mas de resto, achei magnífico. PRINCIPALMENTE o final. Onde acontece algo que eu nunca vi, e provavelmente não verei, em nenhum outro filme de terror.

Recomendadíssimo por sinal.

Em Ritmo de Fuga (2017)


E pra provar que não vejo só terror - Tem esse.

Esse filme é foda demais. Não sei como falar dele. É do diretor Edgar Wright do Todo mundo Quase Morto e Scott Pillgrim Contra o Mundo. Se você não assistiu esses filmes, pare de ler agora e vá assisti-los. Sério. Aliás, esse cara escreveu o roteiro do Homem-Formiga também.

Enfim, este filme é sobre Baby, o garoto com fone de ouvido no desenho. um PUTA motorista que trabalha com um cara que rouba bancos e afins. A cada roubo ele troca de equipe. Nisto aparecem Jon Hamm (o cara que eu queria ser se fosse um adulto do sexo masculino de verdade Don Draper de Mad Men) , Jamie Foxx, Jon Bernthal (O Justiceiro) e Kevin Spacey.

O começo do filme me lembrou o Drive do Nicolas Winding Refn, dai fiquei naquelas de Baby Driver... Mas enfim, o filme é foda. Um tipo de filme que tá precisando aparecer mais por ai.

Mas a cereja do bolo nem é essa, a melhor parte do filme é a trilha sonora. Eu não vejo uma trilha assim desde os Guardiões da Galáxia. E aliás, os dois filmes tem uma pegada bem semelhante. Pode se dizer que a estrutura dos dois é a mesma. E tanto um quanto o outro são filmaços por que não esqueceram da grandeza da alma humana nos pequenos detalhes.

Isso sem contar que as cenas de ação são fodendo fodas... Uma cena lá com Brighton Rock do Queen, puta que o pariu...


Batman & Arlequina: Pancadas e Risadas



A DC pode ser uma bosta no cinema - vou abrir isso pra dizer também que o Batman Vs Superman é uma bosta até a luta do Apocalypse. Admito, estão felizes? - Mas nas animações, não tem pra ninguém.

Essa animação é uma prova disso.

Referencia a dar com pau. Da abertura do desenho até o próprio traço de Bruce Timm do Batman Animated Series, que deram origem a Arlequina há 25 anos atrás. Até o Monstro do Pântano, a música do Blondie que mais gosto e muita piada de duplo sentido.

Essa animação é sensacional e acredito que tenha sido feita em homenagem de 25 anos da personagem que hoje é praticamente carro chefe da DC.

Toda mina hoje em dia tem uma camiseta da Arlequina, até minha mulher tem uma camiseta da Arlequina...

Enfim. Eu amei essa animação. A DC se supera a cada uma.

Por falar nisso, eu fui na exposição do Ivan Reis, A Era Heróica.



Ivan Reis, A Era Heróica.





A cara de quem se sentiu humilhado por um traço infinitamente superior.


Lá foi possivel ver os originais deste que é nosso orgulho, Ivan Reis.

Prata da casa, um brazuca que realizou o sonho de ser desenhista regular da DC Comics. Mas se liga nos traços do cara...





Ver estes desenhos ao vivo, no papel e no nanquim, me despertaram o desenhista que já fui um dia. Até voltar a desenhar eu voltei - mas não posto aqui por que não acho útil pra humanidade...

Enfim. Acho que a exposição acabou. Quem viu viu, mas que foi boa foi...

Sobre quadrinhos ainda, saiu recentemente nas bancas um mangá do Satoshi Kon chamado Opus.



A foto está desfocada de propósito.

Pra quem não sabe. Satoshi Kon é o diretor do MARAVILHOSO Perfect Blue, Tokyo Godfathers e do famosinho Paprika - Que inclusive, tem na Netflix - mas de tudo o que vi dele, Opus é a sua - com o perdão do óbvio trocadilho - Magnum Opus. Não me ocorre as doideiras dele nem no Paprika, e olha que o Paprika é bem maluco...

Não vou falar nada desse mangá. Só recomendo que você não leia nada sobre ele. Confie em mim, vá e compre esse mangá. Ultimamente não tem saído nada de bom novo no cenário mesmo. As melhores coisas que tem saído - pra mim - é o relançamento de Lobo Solitário de 1970 e Ultraman.

Mas isso é por que estou ficando velho e chato e meus gostos estão indo nessa ordem...

E por falar em ficar velho... Fica aqui minha homenagem á Hugh Hefner, que faleceu em 27 de Setembro agora.

Cara de vou te comi...
Todo homem da minha geração pra trás tem uma dívida para com esse homem. Querendo ou não. Admitindo ou não. Por causa desta época de merda em que vivemos eu já ouvi de tudo sobre a morte dele. Mas aqui no CV, nós respeitamos a tradição.

E pra acabar, deixo um memorial da minha homenagem a Hugh Hefner.

A primeira Playboy...


Então é isso, obrigado por chegarem até aqui. Um forte abraço a todos e até a próxima, se Deus quiser!



Comentários

  1. Vi o It no cinema, que não sei como chegou até aqui. Não diria que foi um terror revolucionário, mas valeu muito o ingresso, apesar de achar que penderam muito pro lado Stranger Things da coisa, mas no geral foi um bom filme, não colocaria entre os melhores de 2017 pra mim, talvez por conta do hype.
    Mano que coincidência, pelo menos uns três filmes que comentou também separei pra ver , que são o Sob a Sombra, Dark Song e The Void. O difícil está conciliar o tempo com tanto conteúdo, como costumo dizer, não tenho mais tempo pra perder com filme/série/música ruim, por isso escolho muito bem o que vou ver, e sei que suas indicações são certeiras. Esqueci de comentar que (finalmente) vi o VHS 1 e 2, e gostei muito, mas não pretendo ver aquele Viral, pois só de bater o olho sei q não deve ser grande coisa não haha. Me interessei tb pelo The Lure aí, que deve ser uma pegada bem doida.
    Em ritmo de fuga ja tinha visto alguma coisa dele, mas me motivou a vê-lo também, ainda mais por saber que tem uma trilha sonora tão boa quanto a dos Guardiões.
    Concordo com o que disse sobre as animações da DC, e confesso que prefiro mil vezes uma animação da DC à uma série da Marvel, mas sempre tenho que optar por qual conteúdo ver, e quase sempre a preferência é terror, mas ainda arrumo um tempo para as animações. A última que vi, foi a da minha HQ favorita, Piada Mortal, que, tirando aquele prólogo da Batgirl fiquei bem satisfeito.
    Mas valeu pelas indicações aí mais uma vez, abraço!

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    1. E ai man, desculpe a demora, sabe como é né kkkkk

      Então, sim. Algumas partes ficaram Ctrl+C/ Ctrl+V do Stranger Things, mas é por que a fórmula deu dinheiro né... Mas se você pensar bem, o filho saiu ao pai, por que o It veio primeiro. Sobre os outros filmes, cara, depois que você assistir escreve ai o que achou, já o Viral eu recomendo que passe esse, é uma merda kkkk Eu sou muito de época, fico um tempão sem ver terror, mas tem vezes que é só o que eu assisto, dai fico cavando a internet atrás de uns cabeçudos. Vê as animações também e já sabe, estamos ai, a resposta tarda, mas não falha! Grande abraço!

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